23.12.07

Um encontro... de luta!


Nos dias 9, 10 e 11 de dezembro, a Uesb de Vitória da Conquista foi espaço de integração e de discussão sobre o movimento estudantil de comunicação e a sua atuação na Bahia. Estudantes de Salvador, Juazeiro e Vitória da Conquista, e adeptos de Feira de Santana, não necessariamente estudantes de Comunicação, se integraram e fizeram valer o encontro. A pequena participação dos estudantes - da Uesb principalmente, acredito que devido às dificuldades que tivemos para organizar o encontro, não nos prejudicou, foi muito produtivo encontrar com a galera e por em pauta a nossa atuação e nos articular.

Com direito a atraso no primeiro dia, a céu estrelado e a uma fogueira que mais parecia um incenso gigante, conseguimos iniciar o encontro com místicas e com o som do bom e velho violão, até as relíquias da música baiana animou a galera. No fim, por volta das onze da noite, teve quem encarou a pé os quase seis quilomentros da estrada da Uesb devido à furada dos buzus. Isso foi só pra nos mostrar que o Encontro estava só começando.

O Erecom 2008 foi pauta. Juazeiro está se preparando para receber Alagoas, Sergipe e a Bahia. Hu-hu! Políticas para comunicação e para financias foi a discussão da tarde do segundo dia. Muitas novidades estão por vir. A noite foi reservada para o movimento de base e para a formação do comunicador. O último dia discutimos combate às opressões e democratização das comunicação. Criamos a Semana do Combate às Opressões e estaremos atentos para a Conferência Nacional de Comunicação, que certamente acontecerá em 2008 e o Coletivo BA vai!

A plenária final amarrou os encaminhamentos e nos despedimos depois do belo almoço no R.U.

Uma observação importante: agora somos o Coletivo Bahia dos Estudantes de Comunicação (sem o Social para congregar a galera de design, mas mais social do que nunca!), mais conhecido como Coletivão. Coletivão de luta - vale ressaltar!

Abraços a todos, Chu.

((( Se liguem nos próximos encontros para não perder esses bons momentos.)))

20.10.07

Bem longe do fim...

13ª edição

É minha gente a gestão Malungos do CACS Gregório de Matos chegou ao fim... E o Boca do Inferno, informativo desta gestão vai se despedindo da entidade também. Os malungos prosseguirão com esse inflamado manifesto. Motivos para não deixar calar a nossa voz (infelizmente) não nos faltam.

Só para refrescar a memória dos leitores, nós iniciamos esse trabalho devido a bagunça do curso de Comunicação da nossa Uesb. A partir daí os temas abordados foram os mais diversos sempre de maneira CRÍTICA e IRREVERENTE. Alguns amaram, outros odiaram, mas isso é comum quando se marca uma posição, especialmente aqui no curso de jornalismo, onde descobrimos que a livre expressão não é muito bem vinda!

Títulos provocativos, textos/desabafo, posicionamentos claros e destemidos geraram conflitos entre nós e professores (o Boca foi até ponto de pauta do DFCH). Fomos acusados de irresponsáveis, de fazer jornalismo marrom, por colocar no papel o que era evidente, mas ninguém tinha coragem de dizer!

É assim que chegamos a nossa 13ª edição, realizados por ver que o Boca tem surtido efeito, os estudantes que antes mal se manifestavam lideraram até caravanas para discutir os temas abordados na última edição e o coordenador do colegiado disse que poderiam até usar a Lei de Imprensa contra nós, mas só pra esclarecer, o Boca não é, nunca foi e nunca quis ser um jornal, mas sim um MANIFESTO! E que fique claro, um manifesto de TODA a coordenação do centro acadêmico.

Continuaremos então nos manifestando, doa a quem doer, pois foi assim que sentimos as grades que nos prendiam (e que não eram poucas!) e fizemos com que outras pessoas também sentissem. Sabemos que ainda não conseguimos nos libertar de todas as grades e que muitas surgirão, por isso não vamos parar.

Navegar é preciso...

Durante a gestão Malungos, do Centro Acadêmico Gregório de Matos, descobrimos que nem todos os mares são fáceis de navegar, mas todos são navegáveis. Estávamos na praia admirando quão belo era o mar, suas ondas, seu azul e sua força. Foi quando aceitamos o desafio de entrar juntos, TODOS NO MESMO BARCO. E seguimos viagem rumo ao oceano, mas logo no início do percurso descobrimos que só a bordo é possível conhecer verdadeiramente os segredos do mar, seus monstros, tempestades e ventos tortuosos.

Dessa forma transcorreu a nossa gestão. Nossa chapa teve em seus integrantes um espírito crítico, combatente e inquietante que ansiava por mudanças. Cada um do seu jeito, com suas posições, seu perfil, mas com um único desejo: melhorar o nosso curso e fazer a diferença. Destacamos aqui, nessa despedida da entidade, uma despedida que foi infinitamente mais difícil a do nosso AMIGO DIEGO, eterno Malungo que sempre nos levou a refletir com seus comentários fortes, politizados e críticos. As saudades são angustiantes e eternas. Entrar na sede, hoje com seu nome, sempre nos dá um nó na garganta, aquele aperto no peito e a sensação de estar em um barco diferente, que nunca mais será o mesmo.

No início os projetos e sonhos eram muitos, mas logo descobrimos que os problemas existentes eram ainda maiores. Talvez, olhando para o movimento estudantil de Comunicação, nós estejamos sendo repetitivos, mas vamos lá: assembléias esvaziadas; verdadeira e triste indiferença por grande parte da nossa base; uma administração que sempre emperra; um colegiado que a cada reunião nos trazia mais problemas do que as tão esperadas soluções (poucas vezes encontramos apoio e incentivo por parte dos professores do curso); greve docente e por aí vai, essas foram algumas das ondas que insistiam em virar o nosso barco.

Mas, remando contra essa maré (e como remamos...) conseguimos reformar a nossa sede, botando toda sujeira pra fora; criamos um caixa extra que facilitou nossas atividades; desenvolvemos projetos de extensão que continuarão; quando já não suportávamos mais a apatia frente à desorganização do nosso curso, soltamos o nosso grito através do Boca do Inferno; provocamos debates importantes dentro do curso de jornalismo. Incomodamos a quem tentava emperrar estes objetivos de mudança.

Não conseguimos realizar tudo a que nos propusemos, mas este fato não nos abate de maneira alguma no dia de hoje. Somos conscientes agora, que dentro da coletividade, com toda a sua dinâmica, nós fizemos absolutamente tudo o que foi possível. Deixamos a entidade com orgulho do que fizemos por ela e para ela, principalmente, por que TUDO foi feito com DEDICAÇÃO, CARINHO E RESPEITO pelo curso de Comunicação Social da Uesb. Todas as nossas ações buscaram provocar para construir uma formação de qualidade para refletir na sociedade um jornalismo crítico.

Erros? Muitos, sem dúvida, somos seres humanos. Mas, nenhum que nos faça baixar a cabeça ou ter vergonha dos nossos lemas. E é com estes lemas que gostaríamos de encerrar a nossa despedida, pois eles são mais do que isso, são mensagens, pedidos, conclamações... QUEM NÃO SE MOVIMENTA NÃO SENTE AS GRADES QUE O PRENDEM, e não esqueçam: ESTAMOS TODOS NO MESMO BARCO.

Centro Acadêmico de Comunicação Social Gregório de Mattos

Gestão Malungos, 2006-2007

11.10.07

Edições especiais

CHE (outubro)
Esta é a quinta edição especial que publicamos sobre Che Guevara.Só que dessa vez trazemos material novo (imagens e texto) que não consta das edições passadas.

A maioria dos trabalhos jornalísticos, publicados fora de Cuba sobre o Che, cuidam mais de suas ações do que de suas idéias. Esta edição procura mostrar que, além de exímio combatente, ele era, apesar da pouca idade, um intelectual de futuro tão grandioso como o do guerreiro que fez história.

AQUECIMENTO (setembro)
A busca de soluções para o problema do aquecimento global é o tema desta edição especial de Caros Amigos. Fomos atrás de quem está estudando e trabalhando por soluções e mostramos que apesar das previsões sombrias para o amanhã ainda podemos evitar o pior.

A ILHA (agosto)
Na verdade, por mais por mais que no Brasil jornais e revistas grandes, mais a televisão, não percam uma única oportunidade de tentar desmoralizar Cuba, desferindo ataques até ferozes contra suas instituições, o visitante que tenha sensibilidade trará de lá a lembrança de um povo forte e culto, merecedor do respeito que conquistou por seus próprios esforços e pelo amor ao próximo. Um povo solar.

Nossa dupla de jornalistas, procura transmitir a fibra do cubano diante de qualquer adversidade e para as quais dedica a seguinte legenda: “Para mim, depois desta viagem, heróis não são apenas Fidel e Che. Na Cuba de hoje são 11 milhões de heróis.”

4.10.07

Olha a feira...

12ª edição
Quem vai levar essa batata quente???,

Depois de um tempinho longe de vocês, o Boca do Inferno tem um bom motivo para estar de volta. No próximo dia 10, ocorrerão as eleições para a direção do DFCH - Departamento de Filosofia e Ciências Humanas - onde estão lotados professores de diversas áreas, inclusive os de Comunicação. A convocação dessas eleições, neste momento, se deve ao fato de que o último diretor, professor Sidney, entregou o cargo jogando a batata-quente para o próximo (in)felizardo.
E que batata, meus amigos! A fama do DFCH ecoa pelos corredores da Uesb como um dos departamentos mais problemáticos da universidade, não vamos citar aqui o porquê desta fama, já que nosso modesto espaço não permite. Porém, mesmo sabendo o que as espera, duas chapas estão inscritas como candidatas. E, para a nossa surpresa, uma delas é formada por DOIS professores do curso de Comunicação! Entretanto, a essa altura, dia 04/10, ainda desconhecemos as propostas dessa chapa, que não manifestou suas pretensões e idéias para o departamento.
E sejamos sinceros, o curso está cheio de pepinos! Nós acreditamos que antes de tentar descascar os abacaxis do departamento, os nossos professores deveriam se UNIR para solucionar os problemas internos. Há anos, o Colegiado e a Área usam os famosos jeitinhos para varrer toda a sujeira do curso para debaixo do tapete. Só que já há uma montanha enorme! Que bom seria se a disposição para enfrentar essa campanha se voltasse para a tão esperada faxina...
Um grande porém da chapa 1, formada pelos professores Marcus Lima e José Duarte, é o fato de restringir a diretoria à área de comunicação. Existe também o agravante de o candidato a diretor ser um professor recém-chegado a este departamento. Não estamos questionando a competência do referido professor, mas sim a sua pouca vivência dentro do colegiado. Como solucionar problemas históricos sem sequer conhecê-los bem?
Diante dos fatos expostos, manifestamos o nosso apoio, quanto entidade representativa, à chapa 2, Ética e gestão democrática, por acreditar que os professores que a compõe reúnem as qualidades necessárias para o atual momento pelo qual o Departamento passa. Eles não estão atrelados a nenhum curso específico e já demonstraram, inclusive no decorrer da campanha, comprometimento e organização (características imprescindíveis para frear a atual baderna do DFCH), e, acima de tudo, apresentaram propostas que visam organizar e ao menos cumprir as reais funções a que se destina o Departamento.

Filme!


Galera, no dia de combate à maneira como vem sendo tratada pelo governo as concessões, não por coincidência o mesmo dia em que as principais TV's terão suas concessões renovadas sem ao menos a opinião da população, movimentos sociais do Brasil inteiro estarão manifestando repúdio a esta prática. Aqui na Uesb, o Centro Acadêmico de Comunicação Social e o Diretório Central dos Estudantes irá se manifestar com uma nota (figura) e exibição do filme MUITO ALÉM DO CIDADÃO KANE, que conta a história da Rede Globo e o que há por trás da sua formação. Apesar de ser um filme de 93, é bastante atual, ou o único que denuncia o monopólio e as relações existentes dentro da Globo. O filme foi produzido por uma rede britânica e desde que surgiu é proibido (censurada, para quem prefere) no país. O filme será exibido

às 18h no salão do júri, segundo andar do módulo 2 de aulas. Participem.

20.9.07

Participe!



Olá colegas e calouros,

estamos organizando a Calourada de Comunicação e contamos com a sua presença.

Programação específica, organizada pelo CACS
Segunda, 24 de setembro
8h – Café / Mística / Lançamento do trote solidário, no auditório 1 do módulo Luizão
10h – Mesa 1: O que é Comunicação Social?, no auditório 1 do módulo Luizão
11h – Passeio pelo campus
12h – Tradicional farofa
14h às 17h – Grupos de Discussão: 1 - Alternativas do Jornalismo Impresso (sala do DCSA, módulo dos Laboratórios); 2 - Educomunicação como solução (sala do Salão do Júri, módulo 1)
17h – Reunião do Coletivo de Comunicação da Bahia (sede do Centro Acadêmico)
20h30 – Cultural - Tropicália 40 anos e Mostra de produtos do curso (sede do Centro Acadêmico) e Batismo da sede
Terça, 25 de setembro
9h – Mesa 2: A Enecos, o Mecom e suas bandeiras, no auditório 1 do módulo Luizão
14h às 18h – Grupo de Discussão: 1 - A televisão é pública (sala do DCSA, módulo dos Laboratórios); 2 - Rádio Livre e Comunitária (sala do Salão do Júri, módulo 1)
19h – Mostra de vídeos do curso, no auditório 1 do módulo Luizão
Quinta, 27 de setembro
14h - Visita à creche Mei Mei para as doações (saída do ônibus:
Frente do módulo Luizão)

PARTICIPEM!

Clique na imagem para ampliar.

Abraços

16.9.07

Caros amigos, leiam...

Onde estamos? Como se explica essa tendência à vulgaridade que se vê no Brasil e que se manifesta em todos os campos como na imprensa, nos esportes e na política? Uma cultura que, entre outras, criou o movimento elitista "Cansei", manifestação da direita brasileira com propósito vago e jeitão de passatempo de madame. Qual o significado dessa coisa no Brasil de hoje na opinião de Antônio Abujamra, Angeli, Paulo Henrique Amorim, Marcelo Coelho, Dalmo Dallari, Luis Nassif, Pedro Simon, Ricardo Kotscho, Nildo Ouriques, Laerte, Ercílio Trajan, José Trajano, Laurindo Leal Filho, Wanderley Guilherme dos Santos, Bob Fernandes, Chico Alencar, Otto, Silvio Tendler, Tom Zé?


- O colunista FIDEL CASTRO diz que não foi o primeiro que Bush ordenou matar e lembra que não se matam idéias.

- MARILENE FELINTO discute a guerra do governo Serra contra a filosofia e a sociologia na escola pública;

- FREI BETTO alerta para a ameaça de privatização do setor elétrico brasileiro;

- EDUARDO SUPLICY estréia como colunista falando de Maysa;

- MARCOS ZIBORDI visita a Universidade da Cidadania Zumbi dos Palmares;

- GERSHON KNISPEL narra a saga das quatro gerações de refugiados palestinos.

Nas bancas a partir de 12/09

6.9.07

O primeiro encontro

11ª edição
O Erecom SE sob a olhar dos iniciantes em encontros estudantis de comunicação, Ailton Fernandes (Conquista) e Luís Osete (Juazeiro)

"Quem não se movimenta não sente as correntes que o prendem". Refletir sobre as palavras de Rosa Luxemburgo nos remete ao esmaecimento dos movimentos sociais e à perda do seu espaço. O não se movimentar e a conseqüente adaptação às correntes são singularidades entre diferentes categorias sociais. O movimento estudantil não está de fora desta realidade e há várias tentativas para reorganizar o despertar. Hoje, relembrar a frase é o mesmo que dizer em alto e bom som: "acorde, levante e lute".
O Encontro Regional dos Estudantes de Comunicação em Aracaju, que reuniu os estados de Alagoas, Bahia e Sergipe, conseguiu soltar esse grito de ordem. Voltado para as questões ambientais, o Erecom 2007 da regional Nordeste I foi um espaço de debate e discussões acerca de questões relativas à comunicação, tanto a nível regional como nacional.
Durante os cinco dias de atividades, o evento ofereceu diferentes espaços em sua programação para cumprir o seu caráter político, social, cultural, científico e lúdico. Os temas em debate e as discussões pretendidas foram, e são, importantes para a formação da militância. Quem conheceu o Movimento de Comunicação a partir do Erecom SE teve a oportunidade de conhecer as bandeiras levantadas pela Enecos e de se inserir no movimento a partir dos resultados de cada atividade.
Mobilizar, planejar, articular e integrar foram algumas das ações que o encontro propiciou. Apesar da programação não ter reservado um espaço livre para reuniões dos coletivos, elas aconteceram. O coletivo Bahia conseguiu indicar, por exemplo, algumas estratégias para o fortalecimento do Mecom no estado. Mas a ausência do espaço livre influenciou no esvaziamento de algumas atividades programadas, devido às saídas dos participantes para conhecer a cidade sede.
Quem realmente aproveitou do encontro percebeu que as discussões fortalecem as formações de opinião e de luta para o movimento. Painéis, oficinas, grupos de discussão e de trabalho, mini-cursos, núcleos de vivência e a mostra de vídeos fizeram com que o participante tivesse que optar entre as suas preferências. A programação alcançava toda a área da comunicação e do movimento estudantil. No credenciamento, as escolhas das oficinas e dos núcleos de vivências foram complicadas pela falta de informação sobre as opções disponíveis, mas, ainda assim, era possível se interessar por mais de uma opção.
Optar, se arriscando, pelo movimento riot grrl ou mesmo pela contrapropaganda foram as maneiras que encontramos para conhecer o que até então eram dois enigmas. Quanto aos núcleos, tivemos, apesar do pouco tempo, oportunidades interessantes. No Quissamã, percebeu-se que o MST vai muito além das barracas de lona amiúde retratadas pelos meios de comunicação. Já em São Cristóvão, as dificuldades de uma cidade histórica e repleta de belezas (tanto da arquitetura barroca quanto naturais) sem incentivos para se desenvolver a partir daí se fizeram visíveis.
O ponto alto do encontro foram os grupos de estudo e trabalho. No das políticas de comunicação, do democom e do movimento de base, encontramos espaços democráticos por concepção, no qual as pessoas se sentem à vontade realmente para colocarem as questões inquietantes em cada escola de comunicação. Por isso, poderíamos investir mais nestes espaços nos próximos encontros.
O painel sobre meio ambiente foi bem esvaziado. Pena de quem perdeu a oportunidade de se apropriar e discutir um pouco mais sobre a relação da mídia com as temáticas ambientais, o ecossocialismo e o polêmico projeto de transposição das águas do rio São Francisco. Depois da explanação d@s palestrantes, alguns estudantes de comunicação do campus III da Uneb, Juazeiro-Ba, fizeram uma intervenção. Recitaram um cordel, distribuíram um panfleto sobre as impressões do coletivo Juazeiro de estudantes de comunicação com relação ao projeto de transposição e falaram sobre o papel do movimento estudantil na discussão deste palpitante assunto.
Por fim, no Corecom, além das discussões paralelas e pessoais, foram alguns dos pontos levantados: a falta de debate para formação política; a comida vegetariana não agradou; a mobilização tem de acontecer nas universidades por meio dos pré-Erecons; é necessário pensar uma grade de programação que seja convidativa aos estudantes, como forma de evitar a dispersão que ocorreu nos últimos dias de encontro; e faltou sinalização dentro do campus da UFS.
De toda forma, o encontro foi muito positivo, possibilitou uma integração maior entre @s estudantes dos três estados participantes. Das longas noites das culturais, apesar dos covers de Raul e Nação Zumbi, destacamos como melhores bandas as que trouxeram um ritmo mais regional.
O encontro, organizado por estudantes para estudantes, alcançou o seu principal objetivo, apesar das dificuldades. A perspectiva, a partir dali, é o fortalecimento da Regional Nordeste I, pois o encontro foi enriquecedor para os trabalhos de base e dos coletivos. Afinal, a gente sabe que as correntes incomodam, e muito. E agora, temos um desafio a cumprir para 2008: levar adiante um encontro que se aproveite das falhas e acertos deste último Erecom.

28.8.07

Carta do Get Movimento de Base

Esta carta é resultado de várias discussões do GET sobre a forma com que a ENECOS vem atuando junto à sua base. A carta procura compartilhar com todos os militantes do MECom os frutos das discussões e reflexões que foram, e continuarão a ser, feitas pelo GET.

Aos companheiros da Enecos

Iniciamos esta carta com um termo muito usado no Movimento Estudantil (ME) e diversos Movimentos Sociais: a palavra companheiro. O termo "companheiro" refere-se àqueles que dividem o mesmo pão ou, para ficar mais claro, àqueles que compartilham a mesma luta.
Outro termo que devemos avaliar é "Movimento Estudantil". Este já é claro por si só; ME é aquele que pauta as lutas estudantis e é praticado por estudantes, porém não se limita só ao âmbito da universidade, mas sendo um Movimento Social, tem sua base nas pautas específicas, mas contribui para lutas mais amplas e para um projeto de sociedade, sempre em articulação com outros movimentos, na construção de unidades políticas que acumulem para a transformação social.
A Enecos é a entidade de organização e luta dos estudantes de comunicação social, e por onde acontecem os principais espaços de debates e ações do Movimento Estudantil de Comunicação (MECom). No entanto, a Executiva se encontra em um quadro de afastamento dos estudantes e do difícil diálogo entre os mesmos de uma forma geral. A executiva não está conseguindo levar as bandeiras de lutas para os estudantes em geral, o que podemos chamar de base, participando apenas os mesmos militantes de outrora, o MECom acaba entrando num descenso de sua construção, com dificuldades para a formulação e ação, sinais estes que estão presentes em muitos Movimentos Sociais atualmente.
O Movimento precisa se renovar, a partir da sensibilização, da formação e da atuação dos estudantes, formando novos militantes pra luta. Mas pra isso, é preciso um processo, que entendemos que não seria concretizado num Enecom, nos moldes como estava, nem num Seminário Nacional como vem sendo pautado atualmente. A discussão não pode resumir-se a questões numéricas (quantos estudantes participam) e nem estruturais para realização dos espaços da Enecos. Estas são discussões importantes, mas elas precisam vir juntas com o método, com a organização, organicidade e forma de aproximação de novas pessoas para com as lutas que queremos pautar na Executiva. Um pensamento crítico e reflexivo com vistas a alterar a atual situação de afastamento da Enecos em relação aos estudantes.
É necessário avaliar que esse momento é um momento de reflexão que é imprescindível pra nova articulação do mecom. Se foi um retrocesso ou se a conjuntura nos colocou diante do Seminário, talvez não sejam as melhores avaliações a se fazer agora, porém, um fato é urgente, precisamos repensar nossas práticas e formulações dentro do que chamamos de Movimento Estudantil e trabalho de base, para não nos vermos cada vez mais distantes das lutas massivas e com sustentação política como desejamos.
Dentro desta perspectiva, compreendemos que o Enecom e os Erecoms, são importantes momentos em que a Executiva pode ter um contato presencial com os estudantes que ainda estão fora do ciclo do Movimento Estudantil, pois são espaços de aglutinação ampla e de primeiro contato de diversos estudantes com o “mundo Enecos”. E que as discussões políticas, que muitas vezes acontecem nas nossas escolas, não são descoladas da realidade, mas são idéias concretas que afetam nossas vidas de forma direta, seja na formação e na comunicação que acreditamos ser possível, assim como nos instrumentos e formas para realizarmos as mudanças.
Portanto, é preciso pensar com muito carinho e maturidade os passos que estamos dando para estes encontros, pois deles dependem muito da construção do instrumento de transformação que acreditamos, que é a Enecos. Entendemos que este pensar e formular, não precisa necessariamente passar somente por discussões verbais, muitas vezes não fraternas, mas que podemos construir espaços em que estejam presentes novos valores que muitas vezes podem vir transmitidos através das místicas. As misticas visam de forma artística e lúdica transmitir os nossos valores e símbolos, enfim, a nossa construção política, a fim de sensibilizar as pessoas, de forma não piegas, mas na tentativa de trazer força, sentimentos e coragem para prosseguir na luta. Dentro do GET de Movimento de Base existe também um espaço onde essas iniciativas estão sendo amadurecidas e propostas para serem aplicadas em todos os encontros paltados pela Executiva.
Pretendemos amadurecer várias idéias em relação à metodologia, e quem sabe o método, dos encontros da Executiva. Como nos painéis, em que buscaremos compreende-los de forma ampla na perspectiva de englobar conteúdo teórico e político, a visão dos estudantes de Comunicação e propostas de atuação, tudo isso numa linguagem simples e de forma atrativa, não contribuindo para o esvaziamento e o desinteresse do espaço, e não manter a relação hierárquica de quem "tem" e quem "não tem" conhecimento, incluindo aí a idéia de equidade nas relações de gênero, raça e orientação sexual, além de palestrantes inseridos nas lutas sociais e visões transformadoras acerca da sociedade. Além de evitar os painéis no mesmo dia do credenciamento, pois a viagem hora demorada desgasta os estudantes e não ajudam na concentração e na participação dos mesmos no espaço.
Outro ponto que deve ser lembrado, e que foi decisão do último Cobrecos, é quanto à produção de manuais com siglas da Enecos; sendo que este deve ter um conteúdo simples e explicativo para que os estudantes não familiarizados com a dinâmica do movimento não se sintam perdidos em algumas discussões. Assim como, é necessária a formulação de uma carta-resumo com as resoluções do último Congresso, ação básica e primordial para que os estudantes possam se incluir na construção da nossa Executiva com um recorte atual de nossas deliberações.
Também propomos soluções para aproveitar melhor os encontros, utilizando os horários livres – como os das refeições – para intervenções artísticas/polí ticas/culturais; que estas proponham reflexões sobre temas do encontro aos estudantes presentes naquele momento. Ainda preocupados em favorecer a reflexão, sugerimos uma mudança nos formatos das cartilhas e zines da Enecos, tornando-os mais lúdicos, com uma linguagem mais clara e simples, saindo do mundo fechado do "movimentês".
Por fim, o Get de Movimento de Base acredita que pode cumprir um papel mais ativo dentro do seminário Porto Alegre. Falta-nos, talvez, iniciativa para interferirmos mais nesta construção. Sendo o Get parte integrante da Enecos, nada mais natural que esta relação aconteça, porém também avaliamos que falta maior abertura para discussão e formulação conjunta dos espaços do Seminário por parte da Comissão Organizadora local. Tomando por base o conceito de companheirismo trabalhado anteriormente, e trazendo o elemento da coletividade, compreendemos que esta construção precisa ser mais aberta, plural e horizontal. Portanto, colocamos desde já o anseio do Get em contribuir para que este encontro possa acontecer da melhor forma possível, contribuindo para o acúmulo político e histórico da Enecos. Dando destaque à formulação de pré-encontros, sendo estes espaços importantes para o bom andamento do Seminário, com a necessidade de se travar os debates das bandeiras partindo da sua temática central e não a te-la como mero enfeito publicitário.
Encerramos esta carta convidando as companheiras e companheiros que acreditam na Executiva e que participam de forma ativa dos seus espaços para uma reflexão séria, com a pretensão de ver o movimento estudantil para além de sua viciada auto-construçã o, voltando assim a trilhar os rumos de superação da atual conjuntura na construção de um movimento estudantil forte, com unidade política, atuante e fraterno, na busca de bases justas, democráticas, igualitárias e populares para as universidades, comunicação e toda a sociedade.
Atenciosamente,
Get de Movimento de Base
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Mande um e-mail em branco para:

23.8.07

Aplaudam os medíocres, medíocres!

10ª Edição

Há três meses atrás, o campus de Vitória da Conquista vivia agitado com a possibilidade de deflagração da greve. Greve docente no governo Wagner? Será que isso vai dar certo? Muitos se perguntavam. Alguns diziam que greve e governo do PT tinham tudo a ver. Não tinha como dar errado e as negociações iriam avançar. Mas o que aconteceu...

PELEGAGEM I

Quem acompanhou sabe que a afirmação acima não correspondeu nem por um segundo a realidade. Muito pelo contrário. O governo se mostrou indiferente às reivindicações; o secretário de Educação foi desautorizado a negociar com a categoria; reuniões foram canceladas sem aviso prévio e as que aconteceram foram totalmente improdutivas. Daí pra frente tudo só piorou, salários foram cortados e o governo não queria sequer marcar reuniões de negociações. Tá na cara: novo governo, velhas práticas.

PELEGAGEM II

Entrar na greve não foi uma decisão fácil, sair desta não pareceu ser uma decisão muito difícil. Aliás, para nós, presentes na assembléia que decidiu pelo fim da greve, pareceu mesmo que os contrários só estavam esperando que a assembléia fosse realizada em Jequié para dar um fim à greve.

Omissão foi a palavra que definiu grande parte da categoria docente de Vitória da Conquista. Muitos não foram às Assembléias nem para se abster. Vergonhoso!

Declarado o fim, pareceu que todo o movimento foi inútil. Sair da greve sem conquistar NADA (nada, mesmo!) só conseguiu reafirmar a posição daqueles que acreditavam que greve só serve para atrasar o semestre, adiar a formatura, atropelar o conteúdo, cortar o salário, acabar com as férias, e blá blá blá...

PELEGAGEM III

E existe alguma coisa que soe mais como verdade agora do que esse blá blá blá? Talvez daí tenham vindo os aplausos dos estudantes do campus de Jequié, quando decretado em assembléia o fim da greve. Mas, não vamos nos enganar. Não temos agora, como nunca tivemos, motivo algum para aplaudir e sim para lamentar.

A greve foi um direito conquistado pela classe trabalhadora, sendo o maior instrumento de luta. Portanto, não será a PELEGAGEM (I, II, III...) que a destruirá.

Até 2008!!!

22.8.07

Direito à Comunicação


Conheça o site Observatório do Direito à Comunicação, é uma ótima dica para nós estudantes e futuros profissionais da área.

http://www.direitoacomunicacao.org.br/novo/index.php

8.8.07

Greve chega ao fim na Uesb

A assembléia da Adusb desta terça-feira (7/08), realizada em Jequié, decidiu pelo retorno às aulas após mais de dois meses em greve. Os principais motivos da saída foram questões financeiras: corte dos salários, fundo de greve zerado e a CrediUesb sem poder conceder mais empréstimos.

Durante a avaliação os professores cobraram mais compromisso com a luta e garantiram a manutenção das mobilizações. Uns apontaram a greve como estratégia falida, outros como único recurso. No fim, os 45 votos pela manutenção foram vencidos pelos 62 contrários - mesmo sem avanço nas negociações, sem reunião com o governo ao menos prevista e com o processo para garantir o pagamento dos professores em fase de julgamento.

A oficialização do retorno às salas de aula será feita na sexta (10/08) durante um ato público em Salvador, quando também acontecerá mais uma reunião do Fórum das AD's.

A calourosa assembléia durou mais de quatro horas e a decisão foi aplaudida pelos estudantes presentes no auditório Waly Salomão.

Na mesma tarde aconteceu a assembléia da Adufs e a categoria decidiu manter a greve na Universidade Estadual de Feira de Santana.

6.8.07

Cegos no tiroteio

9ª edição
Cuidado, nós seremos os baleados...
Nos últimos dias a gente só ouve falar de PPA no estado da Bahia... das Universidades às Secretarias do Estado. O burburinho não é à toa, PPA é o Plano Plurianual, conjunto de ações que irão nortear o governo Wagner até o fim do mandato, em 2010. A “boa” notícia é o PPA Participativo – “em que o governo mostra o respeito pela voz do povo, que sabe tudo da realidade e para tudo tem uma solução”. Apesar da falta de clareza do texto, a matéria de capa do Jornal de Todos Nós (até parece...), nº02, da Assessoria de Comunicação do Governo do Estado, só pode se referir ao povo da Bahia quando diz que pra tudo tem uma solução, por que para a greve dos professores universitários, solução é coisa que este Governo não tem, pode até ter mesa e corte de salário... Mas, solução...

A poucos dias para o fechamento do PPA (dia 31 de agosto) as secretárias ainda estão disputando a inclusão de programas e ações junto à Secretaria de Planejamento, responsável por organizar o Plano final. Um exemplo disso é o Programa de Assistência Estudantil, que a Coordenadoria para o Desenvolvimento do Ensino Superior - CODES, não consegue incluir como um programa, mesmo a educação sendo uma prioridade (não era esse o discurso?!)

A cesta de idéias do povo é grande, são “mais de 10 mil propostas”, segundo o jornalzinho do governo. O que preocupa é que, conforme as coisas vão caminhando, o PARTICIPATIVO é só mais uma manobra para construir uma imagem de governo democrático e preocupado com as causas populares, reabertura da Cesta do Povo e o TOPA que o digam. O que pode se esperar de quem topa tudo por uns votos na próxima eleição? Afinal não podem vacilar, quem mora na Bahia sabe que, quem morreu foi ACM e não o carlismo...
O Governo está mais perdido que cego em tiroteio, e nós, seus eleitores, é que estamos na mira. E agora, quem poderá no defender?

4.8.07

Na Caros Amigos de Agosto


Quem é Renan Calheiros?

O repórter João de Barros retraça a trajetória do senador Renan Calheiros, de menino pobre a envolvido em escândalo de corrupção.

Caros Amigos tem um novo colunista: Fidel Castro
De pouco tempo para cá, Fidel Castro passou a pôr no papel e na imprensa cubana o que chamou de Reflexões, abordando os mais variados temas. Vendo isso, resolvemos fazer uma consulta a Cuba: Caros Amigos seria autorizada a publicar um texto de Fidel mensalmente e considerá-lo seu colunista? A resposta foi positiva. Estreamos com o texto intitulado “O Brasil Substituto dos Estados Unidos?” - onde o presidente fala sobre a “deserção” dos atletas cubanos no Pan do Rio. Bem-vindo a nossas páginas, escritor Fidel Castro!

Também em agosto:
José Arbex Jr. e Danilo Siqueira entrevistam o professor de filosofia Paulo Arantes. E João Pedro Stedile relembra o geógrafo e pensador Milton Santos.

E mais:
- O repórter Marcelo Salles conta o que viu no Complexo do Alemão: trabalhadores mais assustados com policiais do que com bandidos.

- Renato Pompeu discute a escravidão na China.

- Guilherme Scalzilli relata as reações ao cancelamento, pelo governo venezuelano, da licença de operação da RCTV.

- Georges Bourdoukan revela o que a mídia grande não deu sobre a invasão do Líbano.

Nas bancas a partir de 09/08.

3.8.07

E o PAN...


Para aqueles que não foram convencidos pela Globo e cia ltda, saiba o que aconteceu no PAN do Rio:
http://www.averdadedopan2007.blogspot.com/
Vale a pena conferir.

2.8.07

Wagner é vaiado na Assembléia

Correio da Bahia - 02/08/2007

Depois das vaias que tomou durante o desfile cívico do 2 de julho, ontem foi a vez dos professores das universidades estaduais em greve vaiarem o governador Jaques Wagner (PT) em plena Assembléia Legislativa. Impedidos por seguranças e policiais militares de entrar no Palácio Deputado Luís Eduardo Magalhães, os docentes gritaram indignados, exigindo o pagamento dos salários referentes aos dois últimos meses. Os vencimentos foram suspensos por conta da greve deflagrada pela categoria há 62 dias. Mesmo com a Justiça determinando, através de liminar, o pagamento dos vencimentos, o governo até o momento se recusa a negociar.

Wagner esteve na Assembléia, pela manhã, antes da reabertura dos trabalhos no segundo semestre, para lançar o programa Transparência Bahia. A iniciativa permite ao cidadão acompanhar e fiscalizar, on-line, as ações governamentais. Estão disponíveis informações relativas a receitas e despesas, observando os limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), incluindo os gastos com educação e saúde e os pagamentos feitos aos fornecedores e prestadores de serviço. Apesar da iniciativa positiva, elogiada até pela oposição, o petista não escapou das críticas dos docentes.

Depois de “recepcionar” o governador, que acenou de forma tímida, entrou no carro e saiu rapidamente, o grupo de professores se dirigiu para o lado do prédio, onde organizou uma feijoada. Depois do almoço, os grevistas distribuíram entre os deputados uma carta que explicava a situação e solicitava o apoio parlamentar.

O presidente da Associação Docente da Universidade Estadual do Sudoeste Baiano (Uesb), Cristiano Ferraz, alegou que o impasse foi criado pelo governo do estado, a partir do momento em que se recusa a apresentar alguma proposta. “O governo vira as costas para as universidades, para os alunos e para os projetos de pesquisa que estão paralisados”, criticou Ferraz. Aldri Castellucci, diretor da Associação dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia (Aduneb), considerou que o governo vem tratando com descaso a educação superior na Bahia. “Os prejuízos causados à sociedade têm sido por culpa do governo que se recusa a negociar”, reforçou.

Segundo ele, nas dez reuniões que foram realizadas ao longo dos dois meses de greve, o governo baiano não apresentou nenhuma contraproposta. “Querem apenas que acabemos a greve e que tenhamos calma e paciência. Assim é impossível”, diz Castellucci. Ele garante que a categoria gostaria muito de pôr fim à greve, mas para que isso aconteça, disse, é necessário que o governador Jaques Wagner se posicione.

As últimas duas reuniões deveriam ter ocorrido nos dias 24 e 31, mas foram suspensas pelo governo do estado. A próxima rodada de negociação acontece na mesa setorial da educação superior, segunda-feira, na Secretaria de Educação e Cultura (SEC). Enquanto perdura o impasse, cerca de 18 mil estudantes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e da Uesb permanecem sem aula.

Revoltada, a coordenadora do Fórum das Associações Docentes, Maslowa Feitas, não admite que o governo se recuse a resolver a questão, alegando que o problema na educação existe há 40 anos e não tem como ser solucionado de forma imediata.

26.7.07

Professores decidem pela manutenção da greve

Encerrada por volta das 19h15min, a assembléia geral extraordinária da Adusb decidiu pela manutenção da greve, com 59 votos a favor. Foram 11 votos contrários e 2 abstenções.

Na discussão, muitos argumentos foram apresentados, entre eles a afirmação de que o movimento não é uma causa salarial, e não será com o corte do salário que a greve irá terminar. A mesa apresentou a informação que o movimento tem conseguido incomodar as estruturas do poder, pois causou instabilidade na equipe da Secretaria de Educação do Estado e está preocupando os deputados que começam a perder votos nos seus currais eleitorais.

Uma próxima assembléia deve ser realizada logo após a reunião com o governo, prevista para o dia 6 de agosto, quando a Secretaria de Educação apresentará uma contra-proposta às reivindicações, segundo suas promessas.

Pato aqui... pato acolá!

8ª edição - LUTO pelas vítimas do apagão da educação na Bahia

Impressionante como algumas coisas acontecem, e outras não. A greve dos professores continua (firme e forte?). Os poucos professores seguram a barra com o apoio dos alunos (tão pouco quanto) e continuam à margem das preocupações do governo. Mas as nossas preocupações vão além.

A Assessoria de Comunicação da Uesb ainda se omite, nem parece que há greve, pois continua a divulgação dos projetos e das realizações da universidade como se tudo estivesse conforme o normal (professores e alunos pela universidade, condições para as aulas e para o ensino...). Quem esteve na Uesb por esses dias sabe que é possível ouvir o zumbido das moscas e que os cantos dos pássaros nunca foram tão ensurdecedores. Em 2005, quando a o governo do estado era outro, com pouco mais de dois meses de greve, a Ascom divulgou sete matérias (encontradas no próprio site da Uesb em 25/07/07) que anunciaram desde as negociações até o fim da greve.

Hoje, até a TV “pública” colabora. Durante o intervalo do Jornal, a TVE Uesb mostra o quanto a Uesb faz bem à cidade e o quanto ela está a serviço do conquistense. Doce ilusão, quem conhece sabe. Dia desses o reitor, no seu jornal, ops... no jornal da TVE Uesb, anunciou que a clínica de Odontologia será construída. Uma empresa seria selecionada para poder iniciar as obras. Não se espante! Os verbos ainda são no futuro...

A situação do curso de Odontologia é lamentável; corrigindo, é a mais lamentável. Nem cadeiras tinham para sentar. Em março desse ano, os alunos tiveram que vir à Conquista para chamar a atenção do excelentíssimo senhor reitor que, na época, também conjugou todos os verbos no futuro. Mas é isso aí, estamos progredindo!

Ah... Preciso falar de alguma coisa boa: Festival de Inverno Bahia. O maior festival de música do interior da Bahia, realizado pela Rede Malvadeza de Comunicação, está chegando e conta com o apoio de quem? Da Uesb, claro! Quanto foi desembolsado dessa vez? E pra quê? O stand na área do evento será fácil de achar, difícil é encontrar a justificativa para tal.

Desculpe por chateá-lo, mas ainda não deu pra terminar.

Estão fazendo o impossível para inaugurar o prédio da residência universitária, mas até agora, não houve nenhum planejamento com os estudantes, que continuam a desconhecer a política adotada, inclusive, para se construir algo tão ridículo como aquilo. O espaço é minúsculo e o acesso inapropriado. Ao que parece, desconhecem as necessidades estudantis e, pior ainda, não buscam conhecê-las.

Para os que não sabem a greve dos professores também é por melhorias das condições do ensino, não são somente gratificações e reajustes que estão em jogo. A pauta é extensa e difícil de ser cumprida, mas não é impossível. Quem sabe, quando a educação for uma prioridade para o presente e não para o futuro, tudo pode se tornar um paraíso como já querem nos fazer acreditar – ou você nunca viu a propaganda (?) da Uesb no intervalo do jornal da TVE?

Mas, por favor, não se iluda. É só você se lembrar da notícia recente, divulgada pela Ascom no site: a Uesb ganhou um novo curso! O curso de Farmácia será implantado (em breve - claro, mas já fazem a propaganda pra garantir), mesmo com os outros se arrastando para sobreviver. Outro motivo pra não se iludir: a reivindicação recente dos alunos de Engenharia Florestal, eles também clamam por socorro.

É tanta coisa que acontece e tantas outras que jamais aconteceram, que nos perguntamos se a greve sustentada até aqui não deveria ser uma greve estudantil? Agora, o que me incomoda é também assustador: eu, confesso, tenho medo que a situação piore. Pois, se as reivindicações forem atendidas, ao menos em parte, os professores voltam às aulas, mas e as condições dos alunos? Não serão as mesmas, serão piores: reposição de aulas, reformulação de calendário e correria para finalizar o semestre letivo e iniciar o outro, somados com todos os outros nossos problemas, que não foram listados sequer a metade. Mas tudo vai rumo ao futuro incerto da nossa educação, sendo empurrado. E quem paga o pato?

24.7.07

Informe-se

Um outro Nordeste é possível

O Fórum Social do Nordeste realiza a sua segunda edição de 02 a 05 de agosto desse ano em Salvador – BA. Inserido na mesma proposta do Fórum Social Mundial, visa promover o intercâmbio entre forças políticas que sonham e lutam pela reinvenção da emancipação social, pelo respeito às diferenças e valorização das identidades, pelo cultivo do pluralismo e superação das desigualdades, pela consolidação da democracia participativa e da inclusão social, pela soberania nacional e emancipação dos povos.

Interessados em participar procurar Indiana do Cacs.

Mais informações em www.forumsocialnordestino.org.br.

Encontro da Regional NE1

O Encontro Regional dos Estudantes de Comunicação desse ano será realizado em Sergipe, na Universidade Federal, em São Cristóvão entre os dias 15 e 19 de agosto. Para conferir programação, projeto político e preço das inscrições, acesse http://www.erecom-sergipe.blogspot.com/.

Interessados, entrar em contato com o Cacs.

Intercom 2007

O XXX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação acontece de 29 de agosto a 02 de setembro na cidade de Santos-SP. O tema desse ano é Mercado e Comunicação na Sociedade Digital. Inscrições até o dia 8 de agosto. Programação e outros detalhes, no site www.intercom.org.br. Quer ir? Entre em contato com o Cacs.

Para o último adeus

O “painho” da Bahia vai deixar saudades, pra quem? Talvez a resposta esteja nos livros que indicamos para leitura e, claro, para o último adeus.

- Memória das trevas, uma devassa na vida de Antônio Carlos Magalhães, livro de João Carlos Teixeira Gomes.

- As veias abertas do carlismo, livro de Manoel Muniz.

- Dom Carlos Corleone, de Francisco Alexandria.

Boa leitura, divirtam ou lamentam-se.

Nas bancas


Guantánamo

A simples menção do nome provoca um mal-estar próximo da sensação de impotência. As raras imagens que o mundo conseguiu ver desse campo de concentração (estabelecido em janeiro de 2002 na base naval que os EUA mantêm em Cuba, por um tratado de mais de cem anos ) destinado a suspeitos de terrorismo são impagáveis: homens em uniforme laranja, vendados, com mãos e pés algemados e acorrentados, de joelhos ou sendo tangidos por um ou mais guardas. Se as cenas de humilhação em Abu Ghraib se restringiram a um grupo de sádicos, as de Guantánamo projetam-se como uma realidade que desonra não só os Estados Unidos, mas todos os países que se jactam de pertencer a um Primeiro Mundo. Leiam os relatos de três ex-prisioneiros de Guantánamo concedidos ao repórter brasileiro Silvio Carvalho, que publicamos com exclusividade.

Será o aquecimento global uma tragédia anunciada ou o homem encontrará, em tempo, formas de evitá-la?

O arquiteto Ricardo Caruana, professor da Escola da Cidade, aponta uma saída pouquíssimo divulgada, mas que já conta com adeptos em várias partes do mundo – a fixação do carbono na madeira para aplicação na construção civil. Uma surpreendente proposta, mesmo para estudiosos do meio ambiente.

E mais:

Dois trabalhos exemplares: o de um delegado de polícia no Rio de Janeiro que decidiu humanizar o ambiente da cadeia que comanda, e o de uma mulher em São Paulo que resultou numa favela-modelo.


Para assinar:

É fácil, rápido e simples

Ligue (11) 3038-1468

Ou acesse www.carosamigos.com.br

E agora, José?

7ª edição, 5 de junho de 2007

O povo sumiu, o governo fugiu, e agora, você?

Vivemos um momento muito interessante: a “esquerda” já está no poder, os coronéis agora são democratas e até Abel apóia a greve dos professores. É o paraíso!

Como tudo na vida tem seu lado cômico, a greve da UESB não seria uma exceção. A comédia grevista já começa pela Assembléia Geral que tinha como principal ponto de pauta a deflagração da greve, que há pouco tempo de sua realização não tinha lugar certo pra acontecer (e não estamos falando em que auditório ia ser não, era em que cidade mesmo... dá pra acreditar?!).

Estratégias políticas à parte, a assembléia aconteceu, a greve dos docentes da UESB foi deflagrada, mas contava-se nos dedos – e não precisavam de muitos – a quantidade de professores dos campi de Jequié e Itapetinga que estavam presentes. E para poupar o leitor de tanta apatia não vamos mencionar a presença, ou melhor, a ausência dos docentes nas manifestações e acontecimentos da greve.

Será que as novas tecnologias (entenda: MSN, SKIPE...) tornaram dispensáveis a presença física das pessoas nos espaços de debate? Pra completar, até agora não se sabe ao certo se o campus de Jequié está em greve mesmo, ou se é uma paralisação. Parece que, contraditoriamente, os tempos petistas carregaram a palavra GREVE de certo temor...

É grave! É greve? Será mesmo que é hora de ver os amigos, tomar uma gelada na esquina, fazer as malas e botar o pé na estrada? Uma coisa é certa, o sonho da greve unificada acabou.Você duvida?! Pergunta pra UESC!

É grave, é greve... É a educação na Bahia

6ª edição, 16 de maio de 2007

Hoje é o dia da Assembléia Geral da Adusb. Principal ponto de pauta: decidir se haverá greve ou não. Rumores indicam que a greve é inevitável e que será deflagrada (será mesmo?).

Para quem não vem acompanhando de perto este processo, vale ressaltar que a Assembléia não se trata de um ato precipitado. Na verdade, a pauta de reivindicações que está sendo discutida é antiga... Não é de hoje, aliás, nem desse Governo, que se tenta negociar questões como a incorporação de 27,2% da GEAA (Gratificação por Estímulo a Atividades Acadêmicas), a reposição de perdas salariais e a revogação da Lei 7.176 (que emperra o desenvolvimento da Universidade pública do estado), dentre outros.

Todos esses fatos que estão ocorrendo aqui na nossa Universidade remetem a uma questão muito maior: a importância da mobilização de classes. A História já deixou muito claro que as classes oprimidas precisam se unir em defesa dos seus interesses, pois “as maiorias” que estão no poder, só entram em um tipo de luta: a luta por mais poder.

Triste é constatar que a greve é iminente no setor educacional e o governo é do partido dos TRABALHADORES. Que inclusive passou a campanha afirmando que a educação é prioridade... O mundo dá voltas, amigos... E a roda do poder não pára de girar.

No Movimento Estudantil, a mobilização também é comprovadamente a melhor forma de se conquistar os direitos da classe discente. No curso de Comunicação, a luta e a união dos estudantes foram responsáveis pelas melhorias que tivemos e das quais podemos usufruir hoje. Apitaços, “enterro” de reitor, passeatas... Foi daí que saíram as maiores conquistas. As vias burocráticas são falidas, e quando esgotadas, é preciso expor aos quatro ventos as necessidades emperradas por uma burocracia que só atrapalha.

A semana passada foi um pequeno exemplo da força que tem as mobilizações da classe estudantil. O Boca do Inferno surgiu desse ato de manifestação, por isso este é o seu caráter. Em meio a tantas coisas, acordar pra luta é a maior de todas as conquistas, independente de se cumprir ou não uma pauta de reivindicações. Daí já se garante que o grupo dos “acordados” será grande o suficiente para cobrar o não cumprimento das reivindicações. Estamos em um ciclo vicioso, onde, infelizmente, haverá sempre o que se reivindicar, pois os “consertos” no sistema nunca serão feitos por completo.

Movimentações, atos públicos e reivindicações dão novo vigor às classes, as enriquece. O espírito de coletividade, que se perde em meio à competitividade e a hipocrisia da nossa “ultra-moderna” sociedade capitalista, é percebido e retomado nessas horas de luta conjunta. O cantar do galo, tantas vezes ouvido e por mais tantas ignorado, insiste em incomodar. Insiste em lhes abrir os olhos. A resposta que se deve dar é descruzar os braços e envolver-se com o todo. Que a greve não seja sinônimo de reclamação por causa de aulas perdidas ou calendários atrasados - mesmo que isso preocupe, não é o mais relevante - mas sim um momento para refletirmos sobre o papel do Estado e a situação do ensino público no Estado.

Refletir sobre si mesmo, sobre o colega ao lado. Perguntas básicas: O que queremos? Pra que viemos? Qual a minha função? Que formação quero levar daqui? Em que poderei contribuir para uma sociedade melhor? Novo governo e velhas perguntas que continuam sem respostas (ainda!) Pra onde vai a educação na Bahia?

Basta de reflexões e desabafos! Com greve ou sem greve, é preciso que alguém responda: pra onde vai esse barco?

Todos no mesmo barco, então rema, porra!

5ª edição, 11 de maio de 2007

Sexta-feira, 11/05/2007: o Boca do Inferno chega à sua quinta edição após ter gerado muita polêmica acerca do conteúdo publicado durante essa semana. Fomos acusados de atos precipitados, de irresponsabilidade, de generalização e de lavar a roupa suja fora de casa. Apontaram-nos como jornalismo marrom e anti-ético. O BI é um manifesto político, fruto da indignação, e não um mero informativo reprodutor de técnicas. O objetivo é mesmo provocar e gerar um debate sobre as condições precárias do nosso curso. O Centro Acadêmico de Comunicação Social Gregório de Mattos não poderia se omitir e compactuar com esse descaso, definitivamente não somos devotos do mito da imparcialidade.

Diariamente nossos professores nos “presenteiam” com a passividade. Na reunião desta quinta, 10/05, Salão do Júri, compareceram apenas quatro professores, a MINORIA, Ana Claudia (que não pôde permanecer por motivos pessoais), Anaelson Leandro, Carmen Carvalho e Marcus Lima. Os demais justificaram antecipadamente a ausência. O que surpreendeu foi o argumento do “pai do curso”, professor José Duarte, que afirmou não adentrar em território inimigo, transformando o curso em um campo de batalha entre alunos e professores.

Passiva é, também, a MAIORIA dos nossos colegas, que não se fizeram presentes mais uma vez nas discussões. Basta de reclamações só pelos corredores, é preciso ocupar os espaços de debate!

Foi com o objetivo de gerar o debate sobre os nossos problemas que CONVOCAMOS (Convocar é chamar, convidar, reunir ou constituir) os nossos professores. O termo, um simples detalhe, não agradou aos ilustres convidados que alegaram não ter a obrigação de estar lá e de terem ido por livre e espontânea vontade. Não ter obrigação de estar lá? Se professores e alunos não se sentirem na obrigação de buscar soluções para essa pasmaceira, quem se sentirá?

O papel do Colegiado é, depois desta reunião, uma grande incógnita. Após a exposição de inúmeros problemas, percebemos que nenhum parece ser de responsabilidade desta instância. Então, é o Departamento o salvador do curso e solucionador dos nossos problemas? Até parece...

O respeito à opinião alheia foi praticamente inexistente (pasmem!), por parte dos professores. Por não saberem lidar com críticas, dois deles se retiraram da reunião. O primeiro foi o professor Marcus que saiu durante a fala do estudante Álvaro Abreu, na qual defendeu que todos os docentes de Comunicação são cúmplices desta situação. A professora Carmen se retirou durante a discussão sobre a Reforma Curricular por não aceitar a opinião do estudante Lucinei Santana que afirmou não admitir a ausência dos estudantes na “construção” da Reforma. A discussão foi inviabilizada por restar apenas o coordenador do curso Anaelson Leandro. Mas, oportunidades virão.

Reunião lamentável, situação lamentável. Por hora, seguimos adiante com um misto de sensações antagônicas: tristes e felizes, felizes por não fecharmos os olhos, tristes por tentarem tapar o sol com a peneira. O Boca do Inferno prossegue com suas “traquinagens”, afinal, estamos todos no mesmo barco. Então, rema porra!

Professores de comunicação descomprometidos com o curso

4ª edição, 10 de maio de 2007

São seis horas da manhã, acordei com o som estridente do despertador. Levanto, tomo um banho, olho meu horário da faculdade. Hum... Se eu lembrasse antes qual seria a primeira aula, teria desligado esse despertador e dormido um pouco mais, afinal, posso apostar que o professor não vai aparecer, como de costume, ou então vai chegar com 40 minutos de atraso. Em pensar que fiquei até duas da manhã terminando um trabalho... Pena que nem sei se será corrigido como já aconteceu diversas vezes! Ah! Isso me irrita profundamente, acho uma total falta de respeito com o aluno. Preciso ver o resultado dos trabalhos que fiz pra saber se está bom, se preciso melhorar e em que, nem que seja pra saber que é necessário fazer tudo novamente. Com certeza isso contribuiria muito mais para meu aprendizado.

Quanto às correções de trabalhos, acontecem fatos engraçados, pra não dizer trágicos! Numa dessas matérias em que se envia o trabalho por e-mail no fim do semestre, fiz tudo, enviei às pressas o e-mail, mas só lembrei dias depois que havia esquecido de colocar o trabalho em anexo. Quando fui procurar o professor, vi que as notas da disciplina já haviam sido divulgadas, grande foi minha surpresa quando vi que minha nota era dez! A propósito, não só a minha, mas a de toda a turma. Pérolas do curso de comunicação!

Você deve estar aí pensando, “nunca vi aluno reclamar por tirar dez”. Pois é, realmente acontecem coisas meio difíceis de compreender no curso de comunicação. Tem até professor que entra na sala de aula e diz que não sabe nada sobre a matéria que se propôs a dar. Depois disso, nada mais me surpreende. Sinceramente, me preocupo com o tipo de jornalista que será formado pela Uesb. Sei que no fim do curso, contaremos nos dedos as matérias que realmente valeram a pena.

Bem, mais chega de lembrar das mazelas do curso. Deixe-me ver, no horário seguinte a aula é de... Ah! Tenho certeza que ele passará outro seminário daqueles. Vai escolher um livro na biblioteca, dividir em capítulos e sortear entre os grupos por ordem de apresentação. E assim vai enrolando o semestre inteiro! E todo mundo feliz, apresenta seu capítulo, o professor dá uma boa nota pra todos e não corre o risco de ter aluno “na final” pra atrapalhar suas férias. Minha decepção é que os professores que me fazem sentir um pouquinho de prazer pelo curso, se omitem nesses momentos, fecham os olhos e aceitam tudo isso como se desconhecessem a realidade.

Bem, mas no próximo horário... Ah... Esse realmente dá aula, só tem um problema, acho que ele esquece da importância de se fazer um planejamento antes de entrar em sala. Mesmo diante desse caos, aos trancos e barrancos lá vou eu, na mesma rotina: sair e pegar aquele ônibus lotado pra assistir, somente, algumas aulas. Pensando bem, a partir de agora, vou fazer mais que isso, vou aproveitar meus “tempos vagos” pra cobrar pelas devidas providências que até hoje não foram tomadas...

Não tenho vergonha na cara, faço comunicação na UESB

3ª edição, 9 de maio de 2007

Muitas reclamações foram feitas acerca das questões colocadas na edição anterior desse informativo, como a falta de compromisso e responsabilidade por parte dos professores de comunicação. Teve quem disse que estávamos lavando a roupa suja fora de casa, tornando público nossos problemas e sendo precipitados. Se isso não é uma tentativa de censura é no mínimo uma grande contradição. Cadê a tão pregada liberdade de expressão ensinada em sala de aula? E o papel do Jornalismo não é tornar público os fatos? E nós não estamos numa instituição pública? Reconhecemos que há esforço por parte de alguns, mas sem dúvida a carapuça serviu mesmo para a maioria e respostas não foram dadas.

A reunião de ontem com o reitor conseguiu o que as reuniões de colegiado e área não conseguem nunca. Aglomerar os professores para discutir os problemas do nosso curso. Alguns desses problemas eram muito simples. Bastava um pouquinho de insistência e boa vontade, né? A compra da impressora para o Laboratório de Impresso foi solicitada e outros encaminhamentos já estão sendo dados para atender as reivindicações emergenciais dos ALUNOS, melhorando assim, o funcionamento dos outros laboratórios. Nós que já estamos calejados, só acreditaremos quando as soluções se apresentarem de forma concreta. Por enquanto, só palavras...

Estamos incomodados, e não é de hoje, com a lamentável situação do nosso curso. Despertamos novamente após um longo período de acomodação, acomodação essa que não condiz com a postura de um universitário, que dirá com a de um futuro jornalista. Apesar da importância do movimento, ainda é mais fácil encontrar colegas dispostos a aceitar do que a lutar. Perdemos o caráter militante e ficamos à mercê da atuação dos maiores “responsáveis” pelo funcionamento do curso, os quais nos submeteram à pífia participação de somente aceitar as atuais condições. Aulas não foram dadas, professores desapareceram, laboratórios com diversos problemas e nós andávamos mais do que passivos.

Agora que conseguimos nos fazer ouvir, estamos sendo surpreendidos pela forma como as coisas podem ser solucionadas. Bastava tentar resolver, seguir todos os trâmites legais possíveis e não cruzar os braços diante de um primeiro não. Isso poderia ter evitado que certas questões chegassem à reitoria. Eis a discrição do curso de Comunicação Social no site da UESB: “(Habilitação em Jornalismo) - Bacharelado - Matutino - 40 vagas - Vitória da Conquista - Autorizado pela Res. CEE-083/97 DOU 24/12/97. Formar jornalista para o trabalho com a produção de bens simbólicos (notícias, reportagens etc.) e que, através do domínio de linguagens e técnicas específicas, elabore interpretações da realidade, atuando tanto nos meios de comunicação de massa convencionais (rádio, jornal e TV) quanto nos mercados emergentes no campo da comunicação institucional (assessoria de imprensa), com perfil intelectual, ético e técnico adequado às exigências qualificativas que a modernidade impõe à atividade jornalística.” Pouco disso corresponde a nossa formação atual. Mas mesmo assim estamos aqui. É duro reconhecer: NÃO TEMOS VERGONHA NA CARA, FAZEMOS COMUNICAÇÃO NA UESB!

O que está por trás da atual situação dos laboratórios de comunicação?

2ª edição, 8 de maio de 2007

Estudantes do curso de Comunicação estiveram ontem em peregrinação pela Uesb com uma lista enorme de reivindicações. Após ocupar a reitoria ao som de um jingle bastante explicativo, “impresso sem impressora, sala sem professora, sou eu assim a mercê, laboratório sem ilha, gravador sem pilha, sou eu assim a mercê, não dá mais pra viver assim...”, os estudantes exigiram do chefe de gabinete, Paulo Roberto, uma reunião imediata com o reitor, Abel Rebouças, que se encontrava na universidade. A conversa se estendeu por mais de uma hora, e como já era esperado, o clima foi de passividade.

Os estudantes, indignados, relataram os principais problemas do curso, tais como as atuais condições dos laboratórios, o reitor parecia desconhecê-los. Onde estava a comunicação?

Ilha de edição sem funcionar por causa de uma peça!Laboratório de Impresso sem IMPRESSORA (e sem papel...)! Reforma do laboratório de rádio parada! Computadores do Laboratório de rádio sem condições de uso! UMA câmera filmadora no Laboratório de Telejornalismo (como é que pode?!). Poucos gravadores, sem pilha e sem fita, a disposição dos alunos (e nem são nossos!). Laboratório de Rádio não tem técnico específico! Uma câmera digital (sem instrutores para nos auxiliar). Técnicos sem reajuste salarial há SETE anos. Laboratório de Rádio sem telefone. Faltam fitas pra a realização de filmagens. Como vamos prosseguir com as nossas atividades? Que tipo de jornalistas seremos? E olha que a teoria nem foi citada aqui!

O diretor do DFCH, Sidiney Alves, foi procurado pelas bocas do inferno, e olha o que ele disse: “se as reivindicações passassem pelo Departamento, seriam encaminhadas”. Ele ainda acrescenta que quando UMA reclamação foi feita em reunião do departamento pelos professores da área de comunicação, tentou-se marcar uma audiência com a gerência administrativa, mas até hoje... Será que esses problemas são tão insignificantes para tamanho descaso?

Os alunos do curso acreditam que não. “O semestre está acabando e a realização de nossas atividades finais é inviável”, afirma a aluna frustrada da disciplina de Telejornalismo II, Thianna Maria, do VI semestre. Quem faz Radiojornalismo tem reivindicações parecidas, segundo Gisele Rocha a utilização do laboratório está submetida à disposição de um técnico emprestado pelo Surte. Para Cristiano Anunciação, do IV semestre, a disciplina de Impresso vem sendo prejudicada pela ausência de uma simples impressora, “a impressora é um dos equipamentos mais necessários, pois precisamos imprimir os textos prontos para correção”.

O colegiado do curso se encontra fechado no turno matutino por falta de funcionário (olha que piada)! Nem o coordenador ou o vice foram encontrados para nos conceder uma palavrinha sobre tamanha confusão. E parece que essa ausência de postura crítica e atuante por parte desse setor não é nenhuma novidade. Sem a atuação da maioria dos professores da área e com a falta de conhecimento do Departamento... Quem lutaria por nós se não nós mesmos?

Mas nem todos reconhecem a importância do apitaço, de cantar um jingle, de distribuir panfletos e levantar cartazes. A manifestação a todo vapor e teve gente que preferiu ir para casa, sentar e esticar as pernas. Para alguns, o rei está muito bem vestido! Dessa maneira, esses nossos “companheiros” vão colaborando com essa formação medíocre que estamos recebendo.

O rei continua nu!

1ª edição, 7 de maio de 2007

A história de um garoto que nunca se engana, mas que também não consegue convencer, nem falando a verdade

Há dois anos, um rapaz havia traçado um objetivo em seu caderno de sonhos e logo o realizou. Começou a fazer parte de um grupo que ele conhecia só por falar: os universitários. O novo integrante da universidade era cheio de ilusões, “pra mim era tudo perfeito: horas na sala de aula, freqüentando laboratórios, madrugadas planejando seminários, tardes na biblioteca pesquisando, discussões sobre temas polêmicos, estudo de campo, pesquisas e viagens...”, relata.

Segundo o jovem foi muito bom ser chamado de calouro, mas o ritmo da universidade não lhe agradava. “Primeira semana de aula passou, a segunda chegou ao fim, um mês e outras semanas vieram, o fim do semestre já aproximava e eu mal havia feito uma avaliação, nem conhecia os professores direito, nem eles a mim. Eu chegava às oito horas e saía dez, assinava a lista, pegava umas apostilas e respondia alguns exercícios, parecia o quarto ano do ensino médio”.

Um dos seus colegas diz que ele não sabe o sentido de universidade, “ele quer assistir aula, pensa que aqui é uma particular”. O professor do curso também não entende o inconformismo do aluno, “será que ele não está satisfeito?”, pergunta como se todos tivessem que responder ‘estou muito satisfeito com o curso’. Todos ridicularizaram o jovem calouro, que não acreditava ouvir os comentários dos colegas e professores.

De sonhador para um sonhador inconformado. A universidade havia provocado uma transformação, ele revela que chegou a se questionar se seria o errado, afinal era o único descontente, mas não encontrava explicação para a acomodação dos seus colegas e não entendia como o descaso fazia tão bem.

“Eu estava diante de duas alternativas”, conta, “acomodar como eles, se entregando para o descaso e o desrespeito, ou seguir firme em busca do meu objetivo, evidenciando a realidade aos que teimavam em não vê-la”, e foi o que ele fez. “Eu não queria que os meus anos dentro da universidade servissem apenas para conseguir um diploma de uma formação equivocada”, explica, “tive que me dispor a encarar os contrários para garantir o respeito de todos: sozinho, eu comecei uma guerra a favor da coletividade”, relembra com lágrimas nos olhos.

“Um dia ele entrou na sala, interrompeu a aula e aos gritos iniciou um discurso inflamado com a expressão 'o rei está nu'”, relata um dos seus grandes amigos, “percebi que era verdade e fui lutar com ele, porque o rei estava realmente nu”.

Depois daquele dia, o garoto iludido, passou a expressar revolta, descontentamento, indignação e mais decepção. Hoje nada mudou, inclusive ele, que continua o mesmo garoto decepcionado. Apesar de, com o seu amigo, serem os únicos descontentes, ele sustenta a base do seu discurso: “para se levantar é preciso abrir os olhos, descruzar os braços e estender as mãos ao alcance de outras, para juntas unir-se às demais em um só objetivo: levantar-se”. Hoje, infelizmente, o rei continua nu, e muitos continuam cegos.

Comunicação se movimenta


O que é o Mecom?

É o Movimento Estudantil de Comunicação que engloba entidades como os Centros Acadêmicos e a Enecos. Suas principais bandeiras são Democratização da comunicação e Qualidade de formação em comunicação.

O que é a Enecos?

É a Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social, uma entidade representativa dos estudantes de graduação na área. É a responsável por realizar os encontros e congressos que definem os rumos do Mecom, são eles: Cobrecos, Conecom, Enecom e Erecom. Entenda o que é cada um desses.

Cobrecos: é o Congresso Brasileiro dos Estudantes de Comunicação Social, a instância máxima de deliberação da Enecos e onde a nova coordenação da Enecos toma posse. Realizado anualmente, nele também se traça posicionamentos, diretrizes e ações para o Mecom.

Conecom: é o Conselho de Entidades de Base de Comunicação Social, ou melhor, é um conselho dos centros acadêmicos filiados à Enecos. É realizado três vezes ao ano.

Enecom: o Encontro Nacional dos Estudantes de Comunicação se diferencia dos outros por ser uma abordagem lúdica na programação, com oficinas, grupos de trabalho, núcleos de vivência, mostras, etc.

Erecom: é o Encontro Regional dos Estudantes de Comunicação, tem como maior objetivo planejar a atuação do Mecom a nível regional. Existem nove regionais, áreas de atuação onde a Enecos se divide.

Mais detalhes em: http://www.enecos.org.br/

O que é um Centro Acadêmico?


Conhecidos como CA’s, o Centros Acadêmicos são as entidade representativas dos estudantes universitários, cada curso tem o direito de ter o seu. Um CA é autônomo e sem ligação com qualquer outra entidade, tem participação garantida nas reuniões de colegiado e departamento do seu curso, com representação devidamente eleita em assembléia e com direito a voto. São membros dos Centros Acadêmicos todos os estudantes do curso, tendo direito de voto e de fala nas assembléias convocadas e realizadas pela coordenação do CA. O Centro Acadêmico é o espaço e a voz do estudante dentro da universidade, âmbito para reivindicar os seus direitos de estudante e para participar das discussões a cerca do curso, da universidade e do movimento estudantil. Cada CA tem o seu estatuto, que rege o funcionamento e define suas competências.