28.8.07

Carta do Get Movimento de Base

Esta carta é resultado de várias discussões do GET sobre a forma com que a ENECOS vem atuando junto à sua base. A carta procura compartilhar com todos os militantes do MECom os frutos das discussões e reflexões que foram, e continuarão a ser, feitas pelo GET.

Aos companheiros da Enecos

Iniciamos esta carta com um termo muito usado no Movimento Estudantil (ME) e diversos Movimentos Sociais: a palavra companheiro. O termo "companheiro" refere-se àqueles que dividem o mesmo pão ou, para ficar mais claro, àqueles que compartilham a mesma luta.
Outro termo que devemos avaliar é "Movimento Estudantil". Este já é claro por si só; ME é aquele que pauta as lutas estudantis e é praticado por estudantes, porém não se limita só ao âmbito da universidade, mas sendo um Movimento Social, tem sua base nas pautas específicas, mas contribui para lutas mais amplas e para um projeto de sociedade, sempre em articulação com outros movimentos, na construção de unidades políticas que acumulem para a transformação social.
A Enecos é a entidade de organização e luta dos estudantes de comunicação social, e por onde acontecem os principais espaços de debates e ações do Movimento Estudantil de Comunicação (MECom). No entanto, a Executiva se encontra em um quadro de afastamento dos estudantes e do difícil diálogo entre os mesmos de uma forma geral. A executiva não está conseguindo levar as bandeiras de lutas para os estudantes em geral, o que podemos chamar de base, participando apenas os mesmos militantes de outrora, o MECom acaba entrando num descenso de sua construção, com dificuldades para a formulação e ação, sinais estes que estão presentes em muitos Movimentos Sociais atualmente.
O Movimento precisa se renovar, a partir da sensibilização, da formação e da atuação dos estudantes, formando novos militantes pra luta. Mas pra isso, é preciso um processo, que entendemos que não seria concretizado num Enecom, nos moldes como estava, nem num Seminário Nacional como vem sendo pautado atualmente. A discussão não pode resumir-se a questões numéricas (quantos estudantes participam) e nem estruturais para realização dos espaços da Enecos. Estas são discussões importantes, mas elas precisam vir juntas com o método, com a organização, organicidade e forma de aproximação de novas pessoas para com as lutas que queremos pautar na Executiva. Um pensamento crítico e reflexivo com vistas a alterar a atual situação de afastamento da Enecos em relação aos estudantes.
É necessário avaliar que esse momento é um momento de reflexão que é imprescindível pra nova articulação do mecom. Se foi um retrocesso ou se a conjuntura nos colocou diante do Seminário, talvez não sejam as melhores avaliações a se fazer agora, porém, um fato é urgente, precisamos repensar nossas práticas e formulações dentro do que chamamos de Movimento Estudantil e trabalho de base, para não nos vermos cada vez mais distantes das lutas massivas e com sustentação política como desejamos.
Dentro desta perspectiva, compreendemos que o Enecom e os Erecoms, são importantes momentos em que a Executiva pode ter um contato presencial com os estudantes que ainda estão fora do ciclo do Movimento Estudantil, pois são espaços de aglutinação ampla e de primeiro contato de diversos estudantes com o “mundo Enecos”. E que as discussões políticas, que muitas vezes acontecem nas nossas escolas, não são descoladas da realidade, mas são idéias concretas que afetam nossas vidas de forma direta, seja na formação e na comunicação que acreditamos ser possível, assim como nos instrumentos e formas para realizarmos as mudanças.
Portanto, é preciso pensar com muito carinho e maturidade os passos que estamos dando para estes encontros, pois deles dependem muito da construção do instrumento de transformação que acreditamos, que é a Enecos. Entendemos que este pensar e formular, não precisa necessariamente passar somente por discussões verbais, muitas vezes não fraternas, mas que podemos construir espaços em que estejam presentes novos valores que muitas vezes podem vir transmitidos através das místicas. As misticas visam de forma artística e lúdica transmitir os nossos valores e símbolos, enfim, a nossa construção política, a fim de sensibilizar as pessoas, de forma não piegas, mas na tentativa de trazer força, sentimentos e coragem para prosseguir na luta. Dentro do GET de Movimento de Base existe também um espaço onde essas iniciativas estão sendo amadurecidas e propostas para serem aplicadas em todos os encontros paltados pela Executiva.
Pretendemos amadurecer várias idéias em relação à metodologia, e quem sabe o método, dos encontros da Executiva. Como nos painéis, em que buscaremos compreende-los de forma ampla na perspectiva de englobar conteúdo teórico e político, a visão dos estudantes de Comunicação e propostas de atuação, tudo isso numa linguagem simples e de forma atrativa, não contribuindo para o esvaziamento e o desinteresse do espaço, e não manter a relação hierárquica de quem "tem" e quem "não tem" conhecimento, incluindo aí a idéia de equidade nas relações de gênero, raça e orientação sexual, além de palestrantes inseridos nas lutas sociais e visões transformadoras acerca da sociedade. Além de evitar os painéis no mesmo dia do credenciamento, pois a viagem hora demorada desgasta os estudantes e não ajudam na concentração e na participação dos mesmos no espaço.
Outro ponto que deve ser lembrado, e que foi decisão do último Cobrecos, é quanto à produção de manuais com siglas da Enecos; sendo que este deve ter um conteúdo simples e explicativo para que os estudantes não familiarizados com a dinâmica do movimento não se sintam perdidos em algumas discussões. Assim como, é necessária a formulação de uma carta-resumo com as resoluções do último Congresso, ação básica e primordial para que os estudantes possam se incluir na construção da nossa Executiva com um recorte atual de nossas deliberações.
Também propomos soluções para aproveitar melhor os encontros, utilizando os horários livres – como os das refeições – para intervenções artísticas/polí ticas/culturais; que estas proponham reflexões sobre temas do encontro aos estudantes presentes naquele momento. Ainda preocupados em favorecer a reflexão, sugerimos uma mudança nos formatos das cartilhas e zines da Enecos, tornando-os mais lúdicos, com uma linguagem mais clara e simples, saindo do mundo fechado do "movimentês".
Por fim, o Get de Movimento de Base acredita que pode cumprir um papel mais ativo dentro do seminário Porto Alegre. Falta-nos, talvez, iniciativa para interferirmos mais nesta construção. Sendo o Get parte integrante da Enecos, nada mais natural que esta relação aconteça, porém também avaliamos que falta maior abertura para discussão e formulação conjunta dos espaços do Seminário por parte da Comissão Organizadora local. Tomando por base o conceito de companheirismo trabalhado anteriormente, e trazendo o elemento da coletividade, compreendemos que esta construção precisa ser mais aberta, plural e horizontal. Portanto, colocamos desde já o anseio do Get em contribuir para que este encontro possa acontecer da melhor forma possível, contribuindo para o acúmulo político e histórico da Enecos. Dando destaque à formulação de pré-encontros, sendo estes espaços importantes para o bom andamento do Seminário, com a necessidade de se travar os debates das bandeiras partindo da sua temática central e não a te-la como mero enfeito publicitário.
Encerramos esta carta convidando as companheiras e companheiros que acreditam na Executiva e que participam de forma ativa dos seus espaços para uma reflexão séria, com a pretensão de ver o movimento estudantil para além de sua viciada auto-construçã o, voltando assim a trilhar os rumos de superação da atual conjuntura na construção de um movimento estudantil forte, com unidade política, atuante e fraterno, na busca de bases justas, democráticas, igualitárias e populares para as universidades, comunicação e toda a sociedade.
Atenciosamente,
Get de Movimento de Base
>>> Participe e construa o GET de Movimento de Base!
Mande um e-mail em branco para:

23.8.07

Aplaudam os medíocres, medíocres!

10ª Edição

Há três meses atrás, o campus de Vitória da Conquista vivia agitado com a possibilidade de deflagração da greve. Greve docente no governo Wagner? Será que isso vai dar certo? Muitos se perguntavam. Alguns diziam que greve e governo do PT tinham tudo a ver. Não tinha como dar errado e as negociações iriam avançar. Mas o que aconteceu...

PELEGAGEM I

Quem acompanhou sabe que a afirmação acima não correspondeu nem por um segundo a realidade. Muito pelo contrário. O governo se mostrou indiferente às reivindicações; o secretário de Educação foi desautorizado a negociar com a categoria; reuniões foram canceladas sem aviso prévio e as que aconteceram foram totalmente improdutivas. Daí pra frente tudo só piorou, salários foram cortados e o governo não queria sequer marcar reuniões de negociações. Tá na cara: novo governo, velhas práticas.

PELEGAGEM II

Entrar na greve não foi uma decisão fácil, sair desta não pareceu ser uma decisão muito difícil. Aliás, para nós, presentes na assembléia que decidiu pelo fim da greve, pareceu mesmo que os contrários só estavam esperando que a assembléia fosse realizada em Jequié para dar um fim à greve.

Omissão foi a palavra que definiu grande parte da categoria docente de Vitória da Conquista. Muitos não foram às Assembléias nem para se abster. Vergonhoso!

Declarado o fim, pareceu que todo o movimento foi inútil. Sair da greve sem conquistar NADA (nada, mesmo!) só conseguiu reafirmar a posição daqueles que acreditavam que greve só serve para atrasar o semestre, adiar a formatura, atropelar o conteúdo, cortar o salário, acabar com as férias, e blá blá blá...

PELEGAGEM III

E existe alguma coisa que soe mais como verdade agora do que esse blá blá blá? Talvez daí tenham vindo os aplausos dos estudantes do campus de Jequié, quando decretado em assembléia o fim da greve. Mas, não vamos nos enganar. Não temos agora, como nunca tivemos, motivo algum para aplaudir e sim para lamentar.

A greve foi um direito conquistado pela classe trabalhadora, sendo o maior instrumento de luta. Portanto, não será a PELEGAGEM (I, II, III...) que a destruirá.

Até 2008!!!

22.8.07

Direito à Comunicação


Conheça o site Observatório do Direito à Comunicação, é uma ótima dica para nós estudantes e futuros profissionais da área.

http://www.direitoacomunicacao.org.br/novo/index.php

8.8.07

Greve chega ao fim na Uesb

A assembléia da Adusb desta terça-feira (7/08), realizada em Jequié, decidiu pelo retorno às aulas após mais de dois meses em greve. Os principais motivos da saída foram questões financeiras: corte dos salários, fundo de greve zerado e a CrediUesb sem poder conceder mais empréstimos.

Durante a avaliação os professores cobraram mais compromisso com a luta e garantiram a manutenção das mobilizações. Uns apontaram a greve como estratégia falida, outros como único recurso. No fim, os 45 votos pela manutenção foram vencidos pelos 62 contrários - mesmo sem avanço nas negociações, sem reunião com o governo ao menos prevista e com o processo para garantir o pagamento dos professores em fase de julgamento.

A oficialização do retorno às salas de aula será feita na sexta (10/08) durante um ato público em Salvador, quando também acontecerá mais uma reunião do Fórum das AD's.

A calourosa assembléia durou mais de quatro horas e a decisão foi aplaudida pelos estudantes presentes no auditório Waly Salomão.

Na mesma tarde aconteceu a assembléia da Adufs e a categoria decidiu manter a greve na Universidade Estadual de Feira de Santana.

6.8.07

Cegos no tiroteio

9ª edição
Cuidado, nós seremos os baleados...
Nos últimos dias a gente só ouve falar de PPA no estado da Bahia... das Universidades às Secretarias do Estado. O burburinho não é à toa, PPA é o Plano Plurianual, conjunto de ações que irão nortear o governo Wagner até o fim do mandato, em 2010. A “boa” notícia é o PPA Participativo – “em que o governo mostra o respeito pela voz do povo, que sabe tudo da realidade e para tudo tem uma solução”. Apesar da falta de clareza do texto, a matéria de capa do Jornal de Todos Nós (até parece...), nº02, da Assessoria de Comunicação do Governo do Estado, só pode se referir ao povo da Bahia quando diz que pra tudo tem uma solução, por que para a greve dos professores universitários, solução é coisa que este Governo não tem, pode até ter mesa e corte de salário... Mas, solução...

A poucos dias para o fechamento do PPA (dia 31 de agosto) as secretárias ainda estão disputando a inclusão de programas e ações junto à Secretaria de Planejamento, responsável por organizar o Plano final. Um exemplo disso é o Programa de Assistência Estudantil, que a Coordenadoria para o Desenvolvimento do Ensino Superior - CODES, não consegue incluir como um programa, mesmo a educação sendo uma prioridade (não era esse o discurso?!)

A cesta de idéias do povo é grande, são “mais de 10 mil propostas”, segundo o jornalzinho do governo. O que preocupa é que, conforme as coisas vão caminhando, o PARTICIPATIVO é só mais uma manobra para construir uma imagem de governo democrático e preocupado com as causas populares, reabertura da Cesta do Povo e o TOPA que o digam. O que pode se esperar de quem topa tudo por uns votos na próxima eleição? Afinal não podem vacilar, quem mora na Bahia sabe que, quem morreu foi ACM e não o carlismo...
O Governo está mais perdido que cego em tiroteio, e nós, seus eleitores, é que estamos na mira. E agora, quem poderá no defender?

4.8.07

Na Caros Amigos de Agosto


Quem é Renan Calheiros?

O repórter João de Barros retraça a trajetória do senador Renan Calheiros, de menino pobre a envolvido em escândalo de corrupção.

Caros Amigos tem um novo colunista: Fidel Castro
De pouco tempo para cá, Fidel Castro passou a pôr no papel e na imprensa cubana o que chamou de Reflexões, abordando os mais variados temas. Vendo isso, resolvemos fazer uma consulta a Cuba: Caros Amigos seria autorizada a publicar um texto de Fidel mensalmente e considerá-lo seu colunista? A resposta foi positiva. Estreamos com o texto intitulado “O Brasil Substituto dos Estados Unidos?” - onde o presidente fala sobre a “deserção” dos atletas cubanos no Pan do Rio. Bem-vindo a nossas páginas, escritor Fidel Castro!

Também em agosto:
José Arbex Jr. e Danilo Siqueira entrevistam o professor de filosofia Paulo Arantes. E João Pedro Stedile relembra o geógrafo e pensador Milton Santos.

E mais:
- O repórter Marcelo Salles conta o que viu no Complexo do Alemão: trabalhadores mais assustados com policiais do que com bandidos.

- Renato Pompeu discute a escravidão na China.

- Guilherme Scalzilli relata as reações ao cancelamento, pelo governo venezuelano, da licença de operação da RCTV.

- Georges Bourdoukan revela o que a mídia grande não deu sobre a invasão do Líbano.

Nas bancas a partir de 09/08.

3.8.07

E o PAN...


Para aqueles que não foram convencidos pela Globo e cia ltda, saiba o que aconteceu no PAN do Rio:
http://www.averdadedopan2007.blogspot.com/
Vale a pena conferir.

2.8.07

Wagner é vaiado na Assembléia

Correio da Bahia - 02/08/2007

Depois das vaias que tomou durante o desfile cívico do 2 de julho, ontem foi a vez dos professores das universidades estaduais em greve vaiarem o governador Jaques Wagner (PT) em plena Assembléia Legislativa. Impedidos por seguranças e policiais militares de entrar no Palácio Deputado Luís Eduardo Magalhães, os docentes gritaram indignados, exigindo o pagamento dos salários referentes aos dois últimos meses. Os vencimentos foram suspensos por conta da greve deflagrada pela categoria há 62 dias. Mesmo com a Justiça determinando, através de liminar, o pagamento dos vencimentos, o governo até o momento se recusa a negociar.

Wagner esteve na Assembléia, pela manhã, antes da reabertura dos trabalhos no segundo semestre, para lançar o programa Transparência Bahia. A iniciativa permite ao cidadão acompanhar e fiscalizar, on-line, as ações governamentais. Estão disponíveis informações relativas a receitas e despesas, observando os limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), incluindo os gastos com educação e saúde e os pagamentos feitos aos fornecedores e prestadores de serviço. Apesar da iniciativa positiva, elogiada até pela oposição, o petista não escapou das críticas dos docentes.

Depois de “recepcionar” o governador, que acenou de forma tímida, entrou no carro e saiu rapidamente, o grupo de professores se dirigiu para o lado do prédio, onde organizou uma feijoada. Depois do almoço, os grevistas distribuíram entre os deputados uma carta que explicava a situação e solicitava o apoio parlamentar.

O presidente da Associação Docente da Universidade Estadual do Sudoeste Baiano (Uesb), Cristiano Ferraz, alegou que o impasse foi criado pelo governo do estado, a partir do momento em que se recusa a apresentar alguma proposta. “O governo vira as costas para as universidades, para os alunos e para os projetos de pesquisa que estão paralisados”, criticou Ferraz. Aldri Castellucci, diretor da Associação dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia (Aduneb), considerou que o governo vem tratando com descaso a educação superior na Bahia. “Os prejuízos causados à sociedade têm sido por culpa do governo que se recusa a negociar”, reforçou.

Segundo ele, nas dez reuniões que foram realizadas ao longo dos dois meses de greve, o governo baiano não apresentou nenhuma contraproposta. “Querem apenas que acabemos a greve e que tenhamos calma e paciência. Assim é impossível”, diz Castellucci. Ele garante que a categoria gostaria muito de pôr fim à greve, mas para que isso aconteça, disse, é necessário que o governador Jaques Wagner se posicione.

As últimas duas reuniões deveriam ter ocorrido nos dias 24 e 31, mas foram suspensas pelo governo do estado. A próxima rodada de negociação acontece na mesa setorial da educação superior, segunda-feira, na Secretaria de Educação e Cultura (SEC). Enquanto perdura o impasse, cerca de 18 mil estudantes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e da Uesb permanecem sem aula.

Revoltada, a coordenadora do Fórum das Associações Docentes, Maslowa Feitas, não admite que o governo se recuse a resolver a questão, alegando que o problema na educação existe há 40 anos e não tem como ser solucionado de forma imediata.