2.8.07

Wagner é vaiado na Assembléia

Correio da Bahia - 02/08/2007

Depois das vaias que tomou durante o desfile cívico do 2 de julho, ontem foi a vez dos professores das universidades estaduais em greve vaiarem o governador Jaques Wagner (PT) em plena Assembléia Legislativa. Impedidos por seguranças e policiais militares de entrar no Palácio Deputado Luís Eduardo Magalhães, os docentes gritaram indignados, exigindo o pagamento dos salários referentes aos dois últimos meses. Os vencimentos foram suspensos por conta da greve deflagrada pela categoria há 62 dias. Mesmo com a Justiça determinando, através de liminar, o pagamento dos vencimentos, o governo até o momento se recusa a negociar.

Wagner esteve na Assembléia, pela manhã, antes da reabertura dos trabalhos no segundo semestre, para lançar o programa Transparência Bahia. A iniciativa permite ao cidadão acompanhar e fiscalizar, on-line, as ações governamentais. Estão disponíveis informações relativas a receitas e despesas, observando os limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), incluindo os gastos com educação e saúde e os pagamentos feitos aos fornecedores e prestadores de serviço. Apesar da iniciativa positiva, elogiada até pela oposição, o petista não escapou das críticas dos docentes.

Depois de “recepcionar” o governador, que acenou de forma tímida, entrou no carro e saiu rapidamente, o grupo de professores se dirigiu para o lado do prédio, onde organizou uma feijoada. Depois do almoço, os grevistas distribuíram entre os deputados uma carta que explicava a situação e solicitava o apoio parlamentar.

O presidente da Associação Docente da Universidade Estadual do Sudoeste Baiano (Uesb), Cristiano Ferraz, alegou que o impasse foi criado pelo governo do estado, a partir do momento em que se recusa a apresentar alguma proposta. “O governo vira as costas para as universidades, para os alunos e para os projetos de pesquisa que estão paralisados”, criticou Ferraz. Aldri Castellucci, diretor da Associação dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia (Aduneb), considerou que o governo vem tratando com descaso a educação superior na Bahia. “Os prejuízos causados à sociedade têm sido por culpa do governo que se recusa a negociar”, reforçou.

Segundo ele, nas dez reuniões que foram realizadas ao longo dos dois meses de greve, o governo baiano não apresentou nenhuma contraproposta. “Querem apenas que acabemos a greve e que tenhamos calma e paciência. Assim é impossível”, diz Castellucci. Ele garante que a categoria gostaria muito de pôr fim à greve, mas para que isso aconteça, disse, é necessário que o governador Jaques Wagner se posicione.

As últimas duas reuniões deveriam ter ocorrido nos dias 24 e 31, mas foram suspensas pelo governo do estado. A próxima rodada de negociação acontece na mesa setorial da educação superior, segunda-feira, na Secretaria de Educação e Cultura (SEC). Enquanto perdura o impasse, cerca de 18 mil estudantes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e da Uesb permanecem sem aula.

Revoltada, a coordenadora do Fórum das Associações Docentes, Maslowa Feitas, não admite que o governo se recuse a resolver a questão, alegando que o problema na educação existe há 40 anos e não tem como ser solucionado de forma imediata.

Um comentário:

Anônimo disse...

Vaiaram o governador baiano? Normal!...O Presidente da República foi vaiado, os atletas norte-americanos foram vaiados durante os jogos Pan-Americanos. As vaias já deram o que falar, mas pelo visto o brasileiro descobriu uma maneira de manifestar descontentamento...Eu naum concordo. No entanto, quem sou para discordar do resto da população. O problema é que todos também se acostumaram a receber vaias...